Aquele que come da minha carne!
Raul Tartarotti
Os tradutores cristãos da Bíblia usaram a palavra gentios para designar coletivamente os povos e nações distintos do povo israelita.
Sempre pensei que todos fossemos iguais, porque as nuvens que nos separam do criador são as mesmas.
Mas, os gentios foram considerados aqueles que não pertencem à comunidade judaica, porém, em Jerusalém veio a salvação dos Judeus, e também foi dada a misericórdia a todos os povos.
Em Israel, a oliveira de Deus, onde aqueles que recebem a Cristo nela são enxertados, gentios e judeus passaram a conviver, em amor e comunhão, ambos fazendo parte da Igreja de Nosso Senhor Yeshua.
Atualmente esse relacionamento se encontra muito deteriorado, e fora dos princípios e padrões em que Yeshua e seus apóstolos estipularam.
Com relação a este problema as escrituras do primeiro século, contam que era permitido aos judeus juntarem-se à mesa dos gentios porque eles consumiam alimentos que não estavam em conformidade com a “Cashrut”, que é o conjunto de regras alimentares prescritas no judaísmo.
Os primeiros cristãos, que procuravam converter não somente os judeus, mas também todos que não o são, decidiram abandonar a distinção entre alimentos adequados e “proibidos”, porque assim seria mais fácil pregar o evangelho aos homens e às mulheres de todas as nações, compartilhando suas refeições.
Para se tornar “universal”, era preciso que a Igreja se tornasse onívora.
O maior exemplo dessa influência do plano espiritual está na frase de Jesus Cristo. “Aquele que come da minha carne e bebe do meu sangue tem a vida eterna”.
Essa tendência humana em compartilhar o alimento, se originou quando o homem desenvolveu a capacidade de matar grandes presas, porque dependendo do tipo de caça, muitas vezes era necessária uma associação (Franco, 2001).
Porém, o tiro da flecha hoje foi para um semelhante, contra um humano que passou a ser o alvo para externar vinganças, em uma guerra que presenciamos idosos, jovens, crianças e mulheres, usadas como moeda de troca, ou fuzilados e mutilados para que o inimigo não prospere.
Um povo acorrentado pelas amarras da escravidão, pede ajuda de um grupo terrorista para sua salvação e vingança. O lado oposto é morto similar a um genocídio desmedido, baseado em ódio que foi alimentado por anos.
Não há ajuda humanitária suficiente para solucionar esse embate, somente uma força divina reuniria esses povos num só espírito de convivência.
@raultarr